sexta-feira, dezembro 19, 2014

Falta de água pode levar humanidade ao veganismo.



Em 2014, pesquisadores de todo o mundo se reuniram em Estocolmo, na Suécia, para participar da Semana Mundial da Água. Em meio a discussões sobre o futuro do planeta, chegaram a conclusões alarmantes: até 2050, não haverá água para todos. Com a seca, teremos crises de desnutrição e fome, que podem levar a disputas violentas pelas últimas terras férteis do mundo. Mas nem todas as previsões foram catastróficas. Os cientistas também esboçaram soluções que poderiam prevenir esse cenário e garantir a cada um sua parcela justa de água e comida.


Ingestão de proteína animal precisa diminuir por que?

Os pesquisadores e importantes cientistas que estudam questões relacionadas à água fizeram este alerta sobre a produção mundial de alimentos, afirmando que a população global pode ter de mudar para uma dieta quase completamente vegetariana nos próximos 40 anos, a fim de evitar uma escassez catastrófica.


Os humanos consomem cerca de 20% de suas proteínas de produtos baseados em animais, mas isto poderá ter de cair para 5% para alimentar mais 2 bilhões de pessoas que deverão estar no planeta até 2050, de acordo com uma nova pesquisa.

“Não haverá água o bastante para a agricultura atual para produzir comida a uma população de 9 bilhões em 2050, se seguirmos tendências correntes e mudanças em direção a dietas comuns em nações ocidentais,”Afirma Malik Falkenmark criador do relatório produzido por ele e colegas do Instituto Internacional de Água de Estocolmo.

O alarme sobre a escassez de água e seus efeitos na limitação da produção de alimentos é feito em um momento em que Oxfam e ONU se preparam para uma possível segunda crise global em cinco anos. Os preços de alimentos básicos como milho e trigo subiram quase 50% nos mercados internacionais desde junho, como resultado de secas severas nos EUA e Rússia, e fracas chuvas de monções na Ásia. Mais de 18 milhões de pessoas já enfrentam uma crítica escassez na região do Sahel.


A Oxfam previu que os aumentos de preços terão impacto devastador sobre países em desenvolvimento com forte dependência de importações de alimentos, incluindo partes da América Latina, norte da África e Oriente Médio.

A adoção de uma dieta vegetariana é uma opção de aumentar a quantidade de água disponível para a plantação de mais comida em um mundo de clima cada vez mais errático, dizem os cientistas. Os alimentos ricos em proteína animal consomem de 5 a 10 vezes mais água que uma dieta vegetariana. Um terço da terra agricultável do mundo é usada para colheitas que servem à alimentação de animais. Outras opções para alimentar as pessoas incluem a eliminação do desperdício e um aumento do comércio entre países com excedentes de alimentos e aqueles com deficit.

“Novecentas milhões de pessoas já passam fome e 2 bilhões são subnutridas, apesar de que a produção de alimentos per capita continua a aumentar,” afirmam. “Com 70% de toda a água disponível sendo usada na agricultura, haverá muita pressão sobre terras e água para alimentar mais 2 bilhões.” O relatório está sendo divulgado no começo da conferência mundial sobre a água, em Estocolmo, onde 2.500 políticos, organizações da ONU, ONGs e pesquisadores de 120 países se encontram para discutir problemas relacionados a este recurso.

Soluções para a crise.

Entre as possíveis soluções apresentadas estavam a irrigação mais eficiente, menor desperdício de água e novos sistemas de alerta e legislação mais sustentável. Apesar da viabilidade dessas ideias, elas não seriam suficientes sem uma última medida: a humanidade deveria tomar o caminho do vegetarianismo. Quem come um pedaço de bife no almoço e outro no jantar passaria a ter direito a meio bife por dia.

Quanto à necessidade de medidas rápidas, não restam dúvidas. "O acesso à água já é um problema para um bilhão de pessoas. E com o aquecimento global isso tende a piorar, já que ele vai alterar os padrões de chuva e aumentar os eventos climáticos extremos", diz Jan Lundqvist, cientista do Instituto Internacional da Água de Estocolmo e um dos pesquisadores presentes no encontro. Segundo o pesquisador, a quantidade de água disponível no planeta não deve mudar muito no futuro. No entanto, a população vai crescer e seremos 9 bilhões em 2050 e os países mais pobres tendem a alcançar os padrões de consumo dos mais desenvolvidos. Com as informações The Guardian.

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